Tragédia climática afeta saúde mental dos gaúchos
A tragédia climática que acontece no Rio Grande do Sul e toda a destruição provocada em cidades inteiras estão deixando consequências não visíveis, mas nem por isso menos traumáticas. Trata-se dos efeitos na saúde mental do povo gaúcho, diante de todo o drama vivido na região.
Para lidar com a questão, o Conselho Regional de Psicologia está prestando assistência às vítimas das enchentes no estado e aos profissionais da categoria que também tenham sido atingidos pela tragédia.
A presidente da entidade, Miriam Alves, enumera os sinais mais comuns nesses casos.
“Nesse evento extremo, temos a tristeza, a angústia, a raiva, o choro, a preocupação com o futuro, a falta de apetite ou o excesso de apetite, a insônia, a possibilidade de ampliação de sintomas psicológicos em pessoas que já necessitam de algum tipo de atenção em saúde mental, assim como o aumento do uso de substâncias ou então a ocorrência de violências tão esperadas nesse contexto”.
A especialista pondera que é preciso muito cuidado e um preparo específico para lidar com esses pacientes, já que é uma situação atípica e de emoções à flor da pele.
“Cada profissional precisa fazer uma avaliação técnica, se está preparado tecnicamente, se está preparado teoricamente para conseguir fazer esse atendimento. Então não é qualquer atendimento clínico ou esse atendimento clínico que comumente nós conhecemos como a psicoterapia. Tem uma especificidade ali que estar, neste momento, no território é fundamental”.
Ainda de acordo com a presidente do Conselho Regional de Psicologia gaúcho, nesta terça-feira (14), diversos órgãos irão se reunir para debater a situação dos profissionais que prestam atendimento às vítimas das enchentes.
“O Conselho de Psicologia, a Pontifícia Universidade Católica – aqui do Rio Grande do Sul, a Secretaria de Saúde do estado. Nós teremos uma reunião justamente para pensar o cuidado de quem cuida. Pensar estratégias de escuta, de cuidado desses trabalhadores, dessas trabalhadoras que estão atendendo na ponta”.
Sobre o balanço dessa catástrofe, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou, nesta segunda-feira (13), que 80 mil pessoas estão desabrigadas no estado.
Mais de 90% das cidades gaúchas foram atingidas, ou seja, 447 municípios, e mais de 2 milhões de pessoas sofreram impacto direto ou indireto dos eventos climáticos extremos iniciados há duas semanas.
Fonte: Agência Brasil